quinta-feira, agosto 23, 2007

Só e apenas...


Entra a noite e os pirilampos esvoaçam a minha passagem, já a muito que não te via e de sonhos estás diferente, algo te cobre mas ainda me chamas, porque não sei mas continuas ai sem que o tempo mude muito de ti.
Teu poço secou, deu lugar as plantas que te cobrem mas não te destroem.

O tempo passa e nem as maldições desta ilha te mandam abaixo, será que algum dia isto foi diferente?
Nada mais que a presença humana que destrui o tal sonho, poucas são as coisas que restam desse mesmo. No entanto és tão real como te sinto, a mesma saudade que chama por ti chama por ela mas não quero este nosso caminho.

Chamas-me mas não te posso trazer quem queres, apenas eu permaneço aqui a observar-te.
Um dia hei de restaurar-te pois tu és resto de centenas de anos de historia maltratada por aqueles que se dizem donos mas que nem sabem da tua existência, mais historia tens para mim que para eles...

Passaram essas centenas e mesmo mudada não morres-te como quem te fez um dia, morreu e volta a chorar pelas perdas, o tempo que foi já não será mais...
Apenas mais um ponto final num livro que algures foi escrito.

Após 16 dias a resistir-te vou em teu chamamento e assim te retrato, como tu tanto o querias.
É o ultimo dia naquele lugar e nada mais me prende, estou longe de tudo que me chama e aqui só faço é chorar por ti...

Afinal de contas a noite começou agora, os pirilampos continuam a esvoaçar a minha volta e a musica que ouço só é interrompida pelo gato que me mia por brincadeira...
Mesmo longe não me queres ver chorar, mas é sé e apenas um recorte daquele livro que escrevermos...
Após tanto tempo ele teme então assim acabar por fechar e acabar, e de não restar de só e apenas mais um livro escrito e esquecido...