quarta-feira, dezembro 27, 2006

um mar num labirinto de vidros intemporais . . .

Sento-me em teu labirinto de vidros que reluzem,
memorias que me segam,
olhos que do teu vazio tira um algo,
algo morto, algo vivo, um algo. . .

Aquilo que és e que sinto,
nunca te querendo magoar porque me corto.
Corto-me em memorias espalhadas em meu chão,
as mesmas que de mortas se julvam.

Mas afinal,
porque mundo hostil de mim,
porque me magoas a mim?
Magoas-me perdendo-me em ti,
magoas-me magoando outras pessoas!

Mar de labirintos,
de tempos e vidros feito,
deixai-me sair dessa tua escuridão
e no ceu da lua da sereia me guiar,
me cegar outra vez.

Porque por muito que custe,
labirintos de mim me desfazerei e . . .
e de ti me darei a conheçer para no fim,
sim esse fim,
te poder dizer: pelo menos viste-me.

E a ti deixo a decisão,
a mesma que não quero ver tão cedo!
Porque o inicio de um livro começou agora,
esse agora que quero que não acabe assim.

Só por. . .
me perder em labirintos de mim,
mar de vidros,
memorais que cortam,
intemporia tempestade que só o tempo cura,
pois tenho que ser eu a achar-me e dar-me por fim,
a ti,
a mim,
a nós.

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